12.2.19

a última (?) vez

De modo geral, a gente não sabe quando será a última vez que faremos alguma coisa. De modo geral, a gente não sabe nem qual foi a última vez que fizemos alguma coisa. Já perdi algumas pessoas na minha vida, seja por morte, afastamento natural, rompimento e, mesmo nos casos mais drásticos, é difícil se lembrar das últimas vezes: do último beijo, do último abraço, da última briga, da última ida juntos ao cinema, das últimas palavras.

Porém hoje vivo um cenário de exceção: de malas (quase) prontas pra partir do Brasil, me vejo listando mentalmente as próximas últimas vezes: o último show, a última ida naquele restaurante japonês, o último encontro com os amigos. É uma espécie de bucket list do emigrante. Cada item que é cumprido dessa lista, meu coração aperta mais um pouquinho, já que fico com a sensação de que estas de fato serão as últimas vezes que farei as tais coisas que me são tão caras.

Sair do país não é decisão fácil, ainda aqui minha cabeça fervilha com as tantas elocubrações na linha do pode-ser-que-esta-seja-a-última-vez-que-something. Todo dia me vêm essa pira, desde o último encontro em família até a última ida à padaria aqui do lado de casa. Acho que é da lua em Touro essa agonia de desempacar dos loopings que davam a segurança de que tudo aquilo não era a última vez. Com a passagem só de ida comprada, a urgência dos fins é grande. Mas, maior ainda é a urgência de outras primeiras vezes que se aproximam. Sigamos.

12.6.10

picking up the pieces

pendant le chemin, les choses sont tombées de son sac
tout tombait sans faire du bruit
personne n'a vu
l'envie de voir, de sortir, de sourir, tout est tombé par terre. l'envie de parler, la capacité d'écrire, où?
le trou grandissait
le besoin d'avoir besoin fut la dernière chose a tomber de son sac. mais, heureusement, elle a vu. le besoin d'avoir besoin est un peu cassé, mais est la seule chose qui reste après toutes ces pertes. maintenant, il faut tout coller. un peu d'instruction ne ferait pas du mal...

31.5.10

A verdade é que no meio de tantos flashes, tantas fotos tiradas pra que ela pudesse se lembrar daqueles momentos no futuro, tantos telefonemas, tantos amigos, tantos convites, não ficava nada. Só ficavam os registros das noites vazias, que davam o falso conforto de ter vivido alguma coisa consistente.

As promessas de amizade eterna, as lágrimas da despedida e dos reencontros, as "histórias pra contar", tudo isso era efêmero. Ainda não há argumentos que expliquem por que aquilo tudo era tido como certificado de felicidade. Mas ela fez tudo aquilo mesmo assim.

De tanto fazer o que a novela ensina, assim se acostumou a levar o próprio destino. E hoje, já no fim da estrada, continua com a plena convicção de que teve uma vida boa.

22.2.10

Murro em ponta de faca

Do que adianta você gastar tempo e dinheiro deitado num divã, se as fontes do seu problema é que deveriam fazer análise? Do que adianta você ter consciência do que é, se os outros não têm e despejam toda a carga de merda em cima de você?

Às vezes penso que quem faz análise tá perdendo tempo. Sabe, se tornar uma pessoa melhor só vai fazer as pancadas cotidianas se tornarem mais fortes. Porque você vai ser correto e ainda assim vai ser passado pra trás.

Sou a favor de um mundo particular para os psicanalisados. Pra ver se a humanidade se recicla de um jeito decente.

20.2.10

Brainstorming tupiniquim

Coxinha feijão Lapa Livraria da Travessa Vivo Gávea Cheddar McMelt Garota da Gávea picanha na pedra filé a Oswaldo Aranha farofa de ovo com linguiça tapioca frevo ladeira mar vento sol dormir na rede brigadeiro yakissoba gula gula doce delícia feijoada Praia de Botafogo Farme de Amoedo Saara café da manhã no Bibi suco de abacaxi pão de queijo requeijão miojo de galinha caipira da Turma da Mônica samba maracatu barulho praia de ipanema frescobol barraca barraco gargalhadas gírias surrealismo MAM CCBB ahows Circo Voador música MPB pandeiro cuíca guaraná ponte Rio-Niterói praia de Icaraí ilha de Lost piscina baralho quest família aconchego Brasil.

To com saudade de casa.