13.5.09

Da castração

E de repente eu senti tudo estourar. Como aquele elástico vagabundo de escritório que você puxa até que ele estoure na sua mão, voando na sua cara e lhe deixando vermelho por causa do impacto.
Eu senti. Plect. Na minha cara. Do meu lado, atrás de mim (precisamente na nuca, feito gato que arrepia os pelos quando sente perigo), dentro de mim, e até mesmo longe, bem longe daqui.
Havia se criado um abismo. Como se o tempo tivesse parado, menos eu, e eu pudesse ver tudo congelado à minha volta. Eu me mexia pela cena tentando achar os 7 (só sete?) erros do jogo. A percepção do que era sólido e do que era imaginação não mais existia. Entrou tudo num mesmo liquidificador e se tornou uma massa quase homogênea, mas daquelas que ainda são meio embolotadas.
As palavras não faziam sentido, e talvez nunca tenham feito, mas o fato é que agora elas eram realmente inúteis. Uma vontade de me esconder nos travesseiros me invadiu. Mas eu não posso parar. Não posso, não posso...
Keep walking, johnny walker, que nada nesse mundo espera por ti.

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