24.3.09

Palavra (e imagem) (en)cantada(s)


"Me atirava do alto na certeza de que alguém segurava minhas mãos
Não me deixando cair
Era lindo, mas eu morria de medo
Tinha medo de tudo quase
Cinema, parque de diversão, de circo, ciganos

Aquela gente encantada que chegava e seguia
Era disso que eu tinha medo
Do que não ficava pra sempre"

Pra quem conhece os versos e viu o filme, acho que não preciso falar mais nada.
O documentário traz um elenco escolhido com imensa sabedoria, de Chico a BNegão. Lirinha, Adriana Calcanhotto, Black Alien, Jorge Mautner, Arnaldo Antunes, etc. Todos eles ligados à palavra escrita e/ou cantada como forma de narrativa, como expressão da alma, da realidade particular e onírica de cada um. As obras de cada um deles parecem ter uma aura que leva seus significados pra algum espaço (físico e temporal) longe daqui, pra trás daqui. É uma gente que acredita no peso das palavras. Que reconfortante ver que eles existem. É o que me motiva na vida, a palavra, ainda mais se estiver acompanhada de imagens.
Mas, que angústia. Essa gente tá se acabando. Sumindo. Tenho medo da gente encantada que não fica pra sempre. Que saudade do que não vivi, da motivação que não tive, das ideias que não vi nascerem.
Que dor.

2 comentários:

  1. tbm tenho essas saudades do que não vivi.

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  2. "É o que me motiva na vida, a palavra, ainda mais se estiver acompanhada de imagens."

    a mim tb! e no meu caso, nem de imagens preciso... palavras me bastam.

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