Eu nunca gostei do obrigatório. Mas não qualquer um: falo do obrigatório-social. Acho regras necessárias para manter certa civilidade, mas há tipos de normas que não têm cabimento.
Como, por exemplo, a necessidade histérica de permanecer
exhilarated na noite de Ano Novo, vestindo branco, bebendo até perder as contas, sendo esperançoso e simpático. Nunca gostei muito desta festa, sempre achei meio besta essa história de gritar enlouquecidamente a contagem regressiva para o próximo ano. Entretanto, pelas tais tradições, acabei me acostumando com a situação.
E juro, eu juro, que neste ano eu estava entrando no clima da celebração, me preocupando com o que iria fazer, com quem estaria comigo, com o que iria vestir. E até que foi divertido até certo ponto, mas aí que entra a tal realidade. Constatei que nada é diferente na virada. Nada. A preocupação com despirocar toma totalmente o lugar da espiritualidade e do sossego que deveriam envolver o momento de receber um novo ciclo da vida.
Na onda social de estar feliz no Ano Novo, fiz meu esforço. Mas não resisti. Não sei se é a sobriedade, ou se eu sou uma ovelha negra, ou até se todos estão loucos, mas o fato é que não consigo me contaminar por tamanha comoção.
Permanece a certeza de sempre, existente em 31 de dezembro e em todos os outros dias do ano, de que não importam quantas ondas você pular ou quantas latas de cerveja beber, este ano será igual aos outros. O coletivo vai permanecer estagnado.